Isto é, se a pudesse desenhar…
Conhecem essa sensação? Reconhecem-na ou sabem o que quer dizer?
Aquela sensação de familiaridade com algo que acabou de ser criado e portanto parece que foi criado para nós ou por nós…?
Ás vezes acontece mas é muito raro e não poderia estar mais longe da verdade e da realidade de eu estar sentada na cadeira de directora criativa da Chloé e ser Clare Waight Keller uma usurpadora. Mesmo em território imaginário e imaginando ser designer de moda, nem a imaginação me dá essa cadeira. I’m not worthy!!
Mas consigo imaginar e dizer que, se fosse directora criativa, gostaria de ter sido eu a criar esta colecção e provavelmente as minhas colecções imaginárias seriam a apontar para o que esta colecção traz consigo. Enfim… É o máximo que consigo imaginar!
As formas, os cortes, as texturas inacreditáveis, as cores, os contrastes, o mood de toda a colecção, enfim, tudo na forma como se mexem… Sim, mexem! É esse o elemento que mais me deixou boquiaberta, o elemento do movimento, da dinâmica dos looks criados.
É que a criadora inspirada em Le Corbusier – Corbu, para os amigos porque, lá está a minha imaginação, eu e ele já temos muitos anos de conversa sobre o seu trabalho… – e na sua Ville Savoye, criou peças em que o interior e o exterior se encontram no mesmo look e juntos criam uma dinâmica… PERFEITA!
A dinâmica que Corbu conseguiu com a Ville Savoye, Clare Waight Keller conseguiu com esta colecção. As peças jogam com a intimidade da vida interior de uma casa e com a grandeza desafogada do exterior, numa mistura dessas duas sensações ou situações da realidade e na sua dinâmica.
Até o pormenor da sessão fotográfica ter a porta como motivo principal, entra nesta equação (ou não e já estou a analisar demais?).
Mas mesmo sentindo esta ligação e imaginando que poderia ter sido eu a desenhar esta colecção, o meu ‘eu’ imaginário tinha ainda que comer muito pãozinho!
<Imagens Style.com>